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Edição de 21-03-2024

Arquivo: Edição de 30-09-2010

Opinião

Página 4
A percepção, aos olhos do cidadão comum, de que algo está profundamente errado releva para segundo plano quem fez e quando fez para colocar na lista das prioridades a exigência de se fazer algo de diferente que melhore a condição de vida das pessoas, em particular das que vivem em regiões como a de Arcos de Valdevez.

O convento
Maria Paula T. Q. Barros Pinto Num dia luminoso de inverno passou por lá. Sabia da sua existência mas nunca tinha pensado muito nisso. Gostava destes passeios matinais, solitários, em que armado de um bastão faraónico, calcorreava os caminhos íngremes das montanhas à volta de Cerveira. Gostava sobretudo de ver a foz do Minho espraiar-se até ao mar. Ilhotas aqui e ali desafiavam as águas portentosas e escuras onde embarcações de recreio e de pescadores davam umas pinceladas de cor deixando um rasto de espuma onde se embrulhavam sereias. A sua mente artística via o que os outros não viam, a sua imaginação corria veloz entre as cercanias montanhosas e, quando o viu, já cansado, o sangue a latejar-lhe nas fontes, o suor e escorrer pelo chapéu de caçador, sentou-se num pedregulho com ar convidativo e deixou-se embalar pelo assobio do vento fresco que vinha do mar. Depois de emborcar uma golada de whisky para retemperar as forças e acender uma cigarrilha, ficou a contemplar o velho convento do século XIV.

Quentes e Boas...
Amândio Peixoto

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