Arquivo: Edição de 23-12-2011
Opinião
Página 4
Paulo Castro
Para milhões de pessoas, pelos quatro cantos do mundo, o Natal reveste-se de um significado de cores, melodias e sensibilidades muito especial.
Quentes e Boas
Amândio Peixoto
Natal das Crianças
Conto
O político (II)
Maria Paula T Q Barros Pinto
(continuação)
E o telefone que nunca mais tocava. Dali não sairia. O Rufino garantiu-lhe que tinham falado no nome dele para um lugar de Secretário de Estado no novo Governo e, se assim não fosse, havia de correr Seca e Meca, mas a coisa não ficava assim. Afinal, desde pequeno que andava na política; fora um dos “jotinhas” mais activos, pau para toda a obra, até escutas fez. Quem diz escutas diz muitas coisas mais: traições, “facadinhas”, conluios, práticas duvidosas. Mas, claro, era em nome do partido, de um interesse supremo, nada para si, tudo pelo partido. O “partido” era uma entidade sem rosto, uma coisa abstracta a que todos obedeciam cegamente, sem questionar valores ou ordens. Habituou-se a obedecer sem mais. Quer dizer… não era bem assim; já tinha percebido que o seu ar de “totó” - como lhe chamavam pelas costas e ele bem sabia – os enganava. Totós eram eles, “Ri melhor quem ri por último!”
Crónica
Aeroporto
Paula Castro Freire
Cá estou eu outra vez no aeroporto, claro que sempre nas chegadas, e quando estou nas partidas é porque vim trazer alguém.
Podia começar por descrever as variadas personagens que se vêm num sítio como este mas não me apetece.
Estou muito contente porque chega a minha filha e mais nada me interessa, hoje nem quero saber da felicidade dos outros, aquela que se vê estampada nos rostos que se abraçam e beijam com sorrisos de orelha a orelha. Daqui a pouco estou eu nesse papel, só que eu abraço, beijo, rio e até dou uns saltinhos ridículos.