Arquivo: Edição de 12-04-2012

Opinião

Opinião
Os ratos (XXXIII)
Maria Paula T. Q. Barros Pinto (continuação de “Arremedo de um policial”) Calcorrearam ruas e ruelas, o centro histórico era labiríntico. Diversas vezes se enganaram. Entraram em tugúrios onde se fumava ópio, dançarinas exóticas, seminuas, contorciam-se ao som de músicas estranhas; era quase risível ver as duas senhoras de chapéu, pareciam a rainha de Inglaterra, ar muito composto, em sítios tão absurdos. Mas ali ninguém lhes ligou; olhavam-nas sem curiosidade e continuavam absorvidos pelos narguilhés. De peles baças e amarelas, os olhos mortiços com olheiras profundas, a fragilidade dos corpos ossudos, tudo denunciava degradação e vício.

Opinião
Página 4
Paulo Castro Afirmar que o mundo do futebol movimenta paixões e milhões é, talvez, a forma mais simples de retratar o espetáculo desportivo que, entre nós, motiva legiões de adeptos, vende jornais, justifica programas televisivos, provoca discussões familiares e dá a alguns muitos milhares, ou até milhões, de euros todos os anos.

Opinião
Roubaram-nos a esperança ou estará oculta?
Gil Heleno É cada vez mais difícil arquitetar planos para o futuro. É cada vez mais difícil viver sem expectativa. É cada vez mais difícil ser otimista. Sonhar é coisa proibida, mas um povo não pode viver sem esperança por isso, é nossa obrigação ir ao encontro dela.

Crónica
O tempo
Paula Castro Freire O tempo, sempre o tempo a correr e nós atrás dele numa perseguição sem tréguas com medo de o perdermos ou de não o apanharmos, não sei bem. O pior é mesmo quando o perdemos, é o fim. E então numa busca louca de nada perder, de nada nos passar ao lado, de nada nos ultrapassar lá vamos nós que nem loucos viver uma vida de atropelos na esperança de tudo apanhar pelo caminho.