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Edição de 18-04-2024

Arquivo: Edição de 31-01-2013

Opinião

À Vez
O que somos e o que poderemos (queremos) ser. ARCOS DE VALDEVEZ: QUE FUTURO?
Corroborando as palavras de Camilo Sampaio da Silva, conceituado colaborador deste jornal, quando refere que o “Notícias dos Arcos pode e deve ser apresentado como a maior obra cultural em Arcos de Valdevez com vista ao futuro que desejamos” (palavras indissociáveis do nosso título), permitam-me que comece esta crónica por felicitar Mário Pinto, seu reputado diretor, pela passagem do 106º aniversário deste emblemático periódico do maior relevo no panorama da Imprensa Local e Regional, que tem dado um contributo inestimável para manter informados os Arcuenses espalhados pelos quatro cantos do mundo, aproximando-os das origens e que consagra o pluralismo de opinião, bem patente nesta rubrica “À VEZ”.

Quentes e Boas...
Amândio Peixoto Novos Rumos?

Página 4
Paulo Castro Ao longo dos últimos meses muito se tem falado da situação do desemprego e do preocupante número de pessoas que, entre nós, vive na pobreza ou muito próximo dela.

Conto
O homem invisível (II)
Maria Paula T Q Barros Pinto A D. Julieta permanecia muito quieta na banheira, a água quase a transbordar, aqueles cheiros todos emanados das velas perfumadas e dos sais de banho a darem-lhe a volta ao miolo, a música melada a tocar… Ai, que bem, pensava ela. Porque é que haveria de sair? O que há lá fora melhor do que o meu sossego? Ou está frio ou calor nesta terra desbragada, ou arde tudo ou o gelo cristaliza as vaidades com o seu manto branco. As visitas e comadres querem-me é apanhar a jeito para ver se estou doente ou triste, e faço queixas do meu Zé, dos meus filhos e criadagem, para depois comentarem… Ora, aqui é que estou bem. E abria mais um pouco a torneira da água quente já que ia escorrendo pelo ralo e arrefecendo. Por vezes tinha de soerguer-se porque lhe davam “calores no coração” e parecia que ia ter um ataque. Depois voltava a mergulhar naquela doçura. Ao lado da banheira tinha uma mesinha onde estava um vinho especial e um copo de pé alto, que ia bebericando lentamente. Vinho branco bem gelado e seco, como ela apreciava. Devagarinho, devagarinho, lá ia a garrafa toda. Mas garrafas não faltavam na garrafeira, colheita da quinta que os caseiros faziam e engarrafavam. Era assim um sabor adocicado, levezinho, bom para senhoras pouco habituadas a beber.

À Esquina do Tempo
Quando a limonada era o refresco do povo
Antonino Cacho A governanta do senhor padre Manuel era a senhora Conceição já quase a dobrar o meio século de vida, mas uma mulher apessoada que metia inveja a muita rapariga solteira. A respeito de petiscos caseiros do tempo da sua avó Felizarda, a senhora Conceição fazia um excelente arroz de frango da capoeira santa e um arroz de cabidela, que era de comer e chorar por mais, mas não caía na esparrela de contar a sua arte das panelas a quem quer que fosse, porque o segredo era a sua alma de cozinheira.

Crónica
A árvore
Paula Castro Freire Fechei os olhos e uma voz dizia-me que me devia imaginar uma semente a ser plantada, deveria estar alguém a ocupar-se de me plantar mas eu não via ninguém, só a minha pessoa em forma de semente a entrar na terra como se sepultada fosse, para logo me começarem a crescer braços que furavam a terra e cresciam desalmadamente em direcção ao céu, não tinha a forma de nada que eu conhecesse, nenhum arbusto atingia aquela altura e nem sequer uma árvore.

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