Arquivo: Edição de 11-03-2010
Opinião
CRÓNICA
A tia Henriqueta
Maria Paula T. Q. barros Pinto
Vagueava pela sala, cheia de móveis antigos, de fotografias, algumas já amareladas, expostas em molduras de prata, rococó. Havia um cheiro adocicado, a pó, a perfume, a madeira encerada, a vinho do Porto, a tabaco de cachimbo, era bom, repousante. Os cortinados de veludo pesado pendiam solenes na sala de estar da avó. Os tapetes de Arraiolos já apresentavam peladas aqui e ali, sobretudo aos pés dos cadeirões onde a avó e as visitas se sentavam. Havia o cadeirão do avô com um banquinho em frente, onde costumava descansar os pés doridos das artroses. O avô havia morrido há muito mas a “cadeira do avô” seria imortal e o banquinho lá estava, como se ele fosse entrar a qualquer momento e sentar-se recostando-se, sem um queixume, apesar de todas as dores que carregava.
Quentes e Boas..
Amândio Peixoto
À VEZ
Assembleia
Página 4
Paulo Castro
Os cenários colocados pelos economistas para os próximos anos reflectem um denominador comum: a recuperação económica, a existir, será lenta e prolongar-se-á no tempo.