Arquivo: Edição de 09-12-2010
Opinião
Página 4
Paulo Castro
A história ensina-nos que existe uma relação entre a educação e tudo o que tem a ver com os contributos para a saída das crises.
À Vez
Eles falam falam...
Alexandre Oliveira
Eleito pelo CDU
Quentes e Boas
Amândio Peixoto
O Actor
Maria Paula T Q Barros Pinto
O rapaz andava desolhado e triste. Fazia dó olhar para aquela cara de traços ainda harmoniosos mas onde agora se vislumbravam vincos profundos, os olhos raiados de sangue, um esgar de dor contorcendo os músculos faciais, a imagem da derrota. E, no entanto, ia apenas nos quarenta e cinco, quando muitos começam a viver e são pais pela primeira vez. Mas aquele não via futuro, nem começo nem fim... uma profunda desilusão atirava-o para o canto da humanidade, onde se refugiam os desfavorecidos da sorte! E era inteligente, se era... desde pequeno o mais promissor dos irmãos, o mais rápido de raciocínio, o mais veloz nas corridas com os primos, era o geniozinho daquela família titular, altaneira e orgulhosa dos seus pergaminhos.
Da mutação da cultura
Pedro Costa
Há uma tese que parece começar a fazer sentido hoje para explicar porque é que a crise actual é, antes de mais, o resultado de uma mutação da cultura. A ideia é a de que existiu, desde o século XVII até hoje, um conjunto de transformações civilizacionais que, progressivamente, produziram uma descompensação na cultura humana. Essa descompensação, provocada pelo excesso de elementos do espírito cultural objectivo em detrimento dos elementos do espírito cultural subjectivo, está hoje num momento superlativo de exacerbação dos limites objectivos, parecendo querer dar lugar a uma outra ordem que parece repudiar o excesso de objectividade. Vamos por partes.